terça-feira, maio 26, 2009
Post de Escuta | Concorrência

A Concorrência é um colectivo de DJs, sendo que alguns membros também são designers e produtores de música electrónica. É um projecto constituído por cinco elementos: Albino, João, Teo, Tiago e Pedro, que teve o seu início em 2001, fruto de uma colaboração entre amigos e colegas de faculdade. Actua principalmente no Porto: Passos Manuel, Maus Hábitos, Plano B...
Entrevista a três deles: João, Albino e Tiago.


Este é um projecto de DJ’s que é constituído também por alguns produtores de música. Para vocês um DJ é, também ele, um músico?

João: Se existem termos distintos para situações diferentes é para que não confundamos as coisas. Um DJ pode ser "mais músico" ou "menos músico", por assim dizer, usando instrumentos musicais, microfone, caixas de ritmos, criando e aprendendo técnicas de manipulação do som. Assim como pode ser mais ou menos circense. Um resposta completa a esta pergunta não pode deixar de abordar a questão da interpretação e reconstruçção de músicas mas isso é tema para um ensaio/tese.
Albino: Como disse o João são dois termos distintos. Um DJ é uma coisa e um produtor é outra. A meu ver, por mais que um DJ se mexa, pule ou manipule o som, se ele encarar o seu acto como um DJ-set, é um DJ. Por mais ou menos activo que seja. Depende da postura que assume, o que não invalida que um DJ não possa também ser produtor. Cabe à pessoa decidir como se apresenta quando vai tocar.

Porquê o nome Concorrência?
João: Em 2001 eu vivia com a Silvina Couto e queríamos, como jovens estudantes de design, sonhávamos em ter um estúdio. Soubemos que já havia um na nossa rua e resolvemo-nos chamar Concorrência Design. No início a Concorrência era isso: um nome, umas folhas A4 com uns estudos para logótipo e duas secretárias com equipamento básico. Em 2003, quando o Perdo chegou ao Porto a coisa mudou. Muita coisa aconteceu, há cerca de um ano abrimos o projecto e entraram três grandes amigos.

Quais as referências do vosso projecto, em termos musicais?
João: Mudam regularmente. Influenciamo-nos uns aos outros. Temos essa preocupação... é normal juntarmo-nos nas vésperas dos DJ sets mais publicitados para fazermos audições das coisas uns dos outros.
Tiago: Penso que o projecto vive da influência mútua, todos nós temos as nossas referências, as quais discutimos e partilhamos. Todos nós ouvimos cada vez mais coisas, procuramos ouvir mais, e podemos ouvir quer música clássica, quer electrónica mais profunda e abstracta. A grande vantagem é que nada disto é estático, tudo em potência.
Albino: As nossas referências acabam por ser o que andamos a ouvir no momento. Todos nós investigamos, uns mais por um caminho outros por outro e ás vezes no mesmo. Penso que há um senso comum a nível de gosto que faz com que nos entendamos mesmo quando não estamos inteiramente no mesmo género musical. Depois, com um "-Ouve isto." ou "-O que é isto que tás a passar?" a informação circula. Muitas vezes isso acontece, quando passamos música em dias menos festivos, em que abordamos o set de uma maneira completamente diferente das noites de fim de semana, que têm o propósito claro de fazer o público dançar e divertir-se. Nessas noites calmas exploramos outro tipo de sonoridade, um pouco mais "arriscada", que se reflecte depois numa procura desse "arriscado" em formatos mais direccionados para a pista.

A música é para ser uma aposta de carreira ou apenas um hobby?
João: É uma aposta de carreira que não sai do estatuto de hobby. Chega-se à triste conclusão que quando se insiste em passar e produzir coisas novas, portanto bizarras, o mercado português torna-se implacável. As estruturas existentes (editoras/festivais/crítica), mais do que as pessoas e os DJs que ouvem música, têm muito medo de falar do que ainda não está mapeado. É uma merda.
Tiago: Sempre levei a música numa perspectiva séria, não que isso me prendesse a alguma coisa, muito pelo contrário, algo pelo qual me interessava desde novo e que agora é imprescindível. Para existir carreira é necessário uma base sólida, não que não faça por isso, por outro lado nunca a assumi somente como hobby, actualmente a minha posição situa-se a meio desses dois estados.
Albino: É um vício. Serve para comprar mais música, que é onde acabo sempre por estourar o que ganho a passá-la! Preciso de comprar música e depois tenho que a passar porque fico cheio de pica. Para ganhar dinheiro para comprar mais musica...

Que idade têm os elementos da concorrência?
João: 28
Tiago: 24
Albino: 25

Que tipo de música ouviam vocês durante a adolescência e quais as referências dessa época que ainda guardam?
João: Eu, enquanto adolescente, gostava de coisas muito foleiras e outras menos foleiras. Primitive Reason, Bjork, Gun's N' Roses, Bebel Gilberto, Jimi Hendrix, Nirvana, Pearl Jam, Blur, Lamb, Maria João e Mário Laginha, Ravi Shankar, Joy Division, Beck, Michael Jackson, odiava Prince... Sei lá. A adolescência é um período de 7 ou 8 anos onde estamos a formar preconceitos e a destruí-los logo a seguir... Por isso é que esta lista é o que é.
Tiago: De Tom Jobim a Underworld, a passar por Sade.
Albino: Ui, ui... É um período muito conturbado, mas ouvi coisas que foram desde Ace of Base, Bjork, Incubus, Deftones, Gun´s N´Roses, Metallica, Nirvana, Foo Fighters, Blur, Lamb, Air, Daft Punk, Propellerheads, Underworld, Cake, Radiohead, Beck, Michael Jackson, Jon Bon Jovi, Kruder & Dorfmeister, Primitive Reason, Millencolin, Pennywise, NOFX, No Fun At All, Lagwagon, Offspring, Green day, Smashing pumpkins, Vanessa Mae, Vaya con dios, Coldplay, PJ Harvey, Suede, eels, the Beatles, the Doors, Marilyn Manson, The Prodigy, Skeeza, Glassjaw, Sevendust... vou ficar por aqui antes que me arrependa de alguns nomes ...

Há uma frase no filme 24 Hour Party People que sempre me ficou na memória. Era qualquer coisa como “dantes eles idolatravam quem fazia a música, hoje admiram quem a passa”. Se é certo que um DJ apenas transforma algo pré-concebido, em que ponto ficamos? Quem é mais importante, o autor ou o DJ?
João: Cumprem funções diferentes, são ambos importantes em diferentes contextos. Eu não ouço muitas mix-tapes em casa, como também não gosto de concertos de 4 ou 5 horas.
Albino: Penso que hoje idolatram quem faz quando está a passar. Talvez uma consequência dessa frase que fez com que a máquina por trás da indústria da música assim o exigisse. Parece um requisito, só podes ser bom DJ se tiveres "nome na praça" enquanto produtor e isso irrita-me um bocado. Um bocado grande. Irrita-me muito até. Vejo muitos nomes em cartazes que francamente, como dj´s, acho-os uma grande cagada, no entanto dou-lhes o devido valor enquanto produtores.
Não encaro a coisa como uma luta de importância, existe espaço tanto para os produtores como para os DJ´s. Mas um bom produtor não é necessariamente um bom dj, nem um bom dj é necessariamente um bom produtor. Essa necessidade de construir conjuntos irrita-me um bocado e contribui muito para se valorizar a mediocridade nos dj-sets. Isto porque muitas vezes o "dj estrela" até pode estar a fazer uma porcaria de set mas, se levanta os braços quando está a passar uma musica boa que produziu, o publico delira.


Para vocês, o original nas mãos do DJ, transforma-se num novo original? Ou seja, será que a capacidade de metamorfose que um DJ exerce sobre um tema conduz, ou pode conduzir, a que o mesmo seja considerado uma criação única e, desse ponto de vista, autónoma do tema que lhe deu origem?
João: Sim. Isso pode acontecer.
Tiago: Quando se passa música as possibilidades são imensas, numa postura mais de sample, scratch ou coisa do género, daí saiu algo novo, nem que não seja perceptível à partida, o resultado final pode ser interpretado de diferentes formas, mas isto não implica a existência de um novo original obrigatoriamente. Se tivermos em conta os novos processos de produção por computador (logic, live, etc) e assumirmos uma mesa de mistura e dois technics como uma extensão analógica do software, aí sim pode haver um novo original dependendo do intuito do DJ.
Albino: Depende da abordagem do DJ. No meu caso depende se estou para aí virado. Por vezes tenho sets em que não toco em nada e sabe-me bem estar a ouvir as musicas do principio ao fim, com passagens certinhas ou curtas ou mesmo sem misturar. Outras vezes metade da musica já é demais e tenho é que misturar logo com outra e cortar aqui, dar um efeito ali, deixar-me ir ...


O fenómeno da música de dança está, desde sempre, associado à cena rave e ao uso de drogas. Qual é a vossa posição sobre este assunto?
João: Diz não às drogas. A sério.
Albino: Não às drogas.

O DJ serve só para fazer dançar, ou serve também para algo mais?
João: Serve para divulgar novas músicas e promover antigas. Serve para um dono de uma discoteca ter programação e poder vender cervejas enquanto a malta está a curtir. Serve para teres algum sítio para onde olhar quando já não se dança com par. Serve para comprar discos aos músicos e produtores, serve para passar música ambiente. Serve para algo mais.
Tiago: Sim, gosto de pensar que o dj serve, para além de fazer dançar, o que é óptimo, para mostrar, reflectir sobre a música, não só de dança, de um panorama em geral, ter uma opinião é importante e aqui não é excepção.
Albino: Se for uma quarta feira normal no Passos Manuel, para fazer dançar não serve de certeza! No entanto é quando ás vezes se ouve "melhor" música.


Qual o último álbum que compraram?
João: Albúm... X-Wife
Tiago: Harmonic 313
Albino: O último album que comprei - J DILLA aka JAY DEE - Donuts
O último album que chegou a mim (foi uma prenda) - WIRE - Pink Flag

Qual o álbum da vossa vida?
João: Não sei.
Tiago: Também não.
Albino: Ainda não o ouvi.

Um músico, banda ou projecto musical pelo qual tenham um visceral e marcado desprezo?
João: Assim de repente parece-me que nenhum me dá esse sentimento.
Tiago: Existe sempre a necessidade de haver coisas menos boas para marcar contraste.
Albino: Há coisas que gosto mais, outras menos e umas que não gosto de todo, mas não desprezo nenhum projecto.
Próxima festa: 20 de Junho - Plano B - Porto
posted by Ursdens @ 2:52 da tarde   0 comments
Grande Momento | O Bocas


Ora aqui está um clássico da televisão e da minha infância. Muito antes do Dragon Ball me ter prendido ao ecrãn para ver o desenlace "daquela" luta que durava 50 episódios, era o Bocas que entretia as minhas tarde enquanto bebia o galão e comia as torradas sentado no chão da sala .

Aqui fica então o genérico e o início de um episódio d'"O Bocas", o boi dos sapatos de madeira.

(ps - peço desculpa, mas não havia em Português)
posted by P.R @ 2:20 da tarde   3 comments
domingo, maio 24, 2009
Português vence Palma de Ouro

É a primeira vez que a Palma de Ouro em Cannes é atribuida a uma produção inteiramente portuguesa. As honras ficaram por conta de João Salaviza e a sua curta-metragem, Arena.
Parabéns, desejamos nós.
posted by P. @ 10:42 da tarde   0 comments
quarta-feira, maio 20, 2009
TOP 8 - Grandes actores em filmes de merda
A lista que é apresentada a seguir está em conformidade com o artigo 17º (e meio) da lei cá do sítio e foi concebida através de sugestões em catadupa dos diferentes elementos do Take a Break. No final, a (não) ponderação da coisa resultou nesta lista da qual nos orgulhamos. Ainda assim lamentamos a ausência de alguns pesos pesados da lista final, que, de forma (de)meritória, podiam ter chegado até aqui. Pedimos a colaboração dos nossos leitores para fazerem as suas próprias sugestões com o intuito de provocar a discussão histérica e o desabafo pessoal – mantendo-se, claro está, o civismo por que se tem pautado o Take a Break.

De futuro teremos mais listas do género, concebidas com o intuito de aliviar alguma tensão laboral, batendo alegremente no ceguinho. Prometemos que as futuras listas também se irão pautar por mais do mesmo

8# Dennis Hopper em Super Mario Bros
Dennis Hopper é e sempre foi um "junkie com talento". Mas como acontece a todos os junkies, perdeu-se num emaranhado de ideias frenéticas que o levaram, inclusivé, a participar neste Super Mario Bros que, como todos os filmes adaptados de videojogos, prima pela fantasia sem fundamento. Hopper é Koopa, "o lagarto mau", que enfrenta dois "canalizadores bons" que, por sua vez, vão salvar o mundo. Longe vão os tempos de um jornalista frenético em Apocalypse Now, ou de um "easy rider" vagueando pela América... E não me atrevo a dizer mais sob pena de heresia... [Ursdens]

7# Tom Hanks - The Da Vinci Code

Embora a filmografia de Tom Hanks deixe, a espaços, algo a desejar, é impossível esquecer as suas interpretações em filmes como "Saving Private Ryan", "The Green Mile" ou "The Terminal". Adaptação do best-seller de Dan Brown, "The Da Vinci Code" é a celebração da mediocridade pelo medíocre tarefeiro Ron Howard, numa comédia involuntária sem quaisquer noções de storytelling que, apesar de tudo, o livro indicava ter. Resta perguntar o que anda ali Hanks a fazer perdido enquanto Robert Langdon sem alma e inexpressivo? Mais: porquê repetir agora tamanho castigo e crueldade em "Angels and Demons"? [Carlos Pereira]


6# Jeremy Irons em Dungeons & Dragons

Jeremy Irons sempre teve algumas manchas no seu currículo, sendo a mais recente Pink Panther 2. Mas foi no execrável Dungeons & Dragons que desceu mais fundo. Esta adaptação de um dos mais famosos videojogos de roleplaying era tão vazia como pura e simplesmente sem sentido. O mundo da magia nem sempre resulta em fenómenos como Harry Potter e Jeremy Irons nem sempre pode ganhar um Oscar como em Reversal of Fortune. Há escolhas de carreira que nunca vamos perceber... [not_alone]

5# Nicole Kidman em Bewitched

Há filmes assim: mutilam os fãs do universo em que se inserem (e há muito boa gente a achar piada a esta coisa do… bruxedo-pop) e servem de lobotomia feita a canivete, sem anestesia, para todos os incautos que pensam “Vou ver, pode ser que seja bom”. Bewitched é assim. Há um filme em que Nicole Kidman é violada. Foi este – e a sua carreira nunca desabafou sobre o assunto. [P.]

4#Al Pacino em Gigli

Al Pacino, com pérolas como O Padrinho, Scarface, Heat, entre outros, precisavas mesmos de contracenar com o traseiro descomunal da Jenniffer Lopez? O que é que te passou pela cabeça? É que apelidar Gigli de mau é o maior eufemismo da história do cinema recente. Dez minutos de filme e começamos logo a sentir a dor do nó encefálico gigante que o filme nos causa. Dor essa que é quase tão grande como esta mancha na carreira de um actor genial. [P.R]


3 # Robert de Niro em qualquer comédia ou thriller manhoso…

Apesar da inegável versatilidade que se impõe a qualquer grande actor, Robert de Niro parece não encaixar nestas designadas ‘comédias manhosas’. Não descurando o facto de em várias vezes nos fazer rir, no final ficamos sempre com a sensação de “humm…”, soube a pouco. É tudo um pouco insípido, fraco, insuficiente, para quem já conhece a verdadeira dimensão de de Niro. E no entanto, apesar de todos o reconhecermos com um grande actor, foram já várias as vezes que se aliou aos guiões menos felizes: ora pNegritoerfurando as malhas da máfia ao representar o mafioso deprimido e choramingas, ora fazendo de ‘sogro radical’ ou ‘pai galinha’ em situações demasiado previsíveis. [Ana Silva]

2 - Jon Voigt em Anaconda

Há grandes actores e há grandes actores que enfardam um chorudo cheque para fazer de vilão num filme pilantra qualquer. Há filmes horrosamente maus e há filmes que se passam em cenários florestais amazónicos e que envolvem uma fálica e grotesca cobra que por acaso é vítima de uns efeitos especiais manhosos. Uma comédia involuntária e um festim série Z. Eis a fabulosa e inesquecível junção de Jon Voight com "Anaconda". Felizmente que a sua personagem foi engolida por inteiro e não ficou para as já lendárias sequelas... [Duarte]

1 - George Clooney em Batman & Robin

Depois de Tim Burton ter feito de Batman o protagonista de dois belos espécimes cinematográficos, Joel Schumacher deu continuação à saga, substituíndo o mundo gótico de Burton por uma abordagem drag queen. Que o actor que deu corpo a esse Batman vestindo um fato com mamilos salientes e mantendo uma relação bastante suspeita com Robin tenha sido interpretado por George Clooney, um dos mais respeitados entre os seus pares, e desejado pelas mulheres, não deixa de ser curioso. O actor sempre foi reconhecido pelo seu grande sentido de humor e liberalismo político e moral, o que talvez explique muito do filme. E Schwarzenegger também entra, num papel onde está claramente a treinar para governador da Califórnia... ou do planeta Namek. [Paulo]

posted by P.R @ 12:13 da tarde   17 comments
terça-feira, maio 19, 2009
Sherlock Holmes - Trailer

Pelo aspecto da coisa parece que Sherlock Holmes, a personagem de Sir Arthur Conan Doyle, has gone wild...

posted by P. @ 10:42 da manhã   0 comments
quinta-feira, maio 14, 2009
Trailer de "Nine"


Seguramente, um dos filmes mais esperados do ano para muitos. Não por mim, que tenho tendência a desgostar de musicais...mas ver Day-Lewis a encarnar uma espécie de alter-ego de Fellini, minado de criatividade e possuído por inúmeras mulheres...ora aí está uma premissa interessante!
posted by The Stranger @ 3:12 da tarde   0 comments
Scorsese filma biopic de Sinatra

Mais tarde ou mais cedo teria de ser: Frank Sinatra vai ter a sua biopic. Aquele que é considerado por muitos, incluindo eu, como dono de uma das melhores vozes de sempre verá a sua vida e carreira retratada no grande ecrã.

Mas não se assustem aqueles que odeiam Ray e outros biopics manhosos. Este pelo menos parece ter "selo de qualidade", já que o realizador é nada mais que Martin Scorsese.

Ainda não existe é nenhum actor confirmado para "viver" Sinatra no cinema. Portanto, deixo-vos o desafio: quem seria o melhor Frank Sinatra? Apesar da recente ligação e de ser um pouco óbvio arrisco-me a dizer que o Di Caprio seria uma boa escolha.
posted by P.R @ 11:41 da manhã   5 comments
quarta-feira, maio 13, 2009
And You Will Know Us By The Trail Of Dead - Isis Unveiled
Uma pequena amostra do último álbum de Trail of Dead.


posted by P. @ 9:36 da manhã   0 comments
terça-feira, maio 12, 2009
Duas coisas aleatórias a propósito de nada!

Coisa um - Ao que parece, na Queima das Fitas do Porto, o Pedro Abrunhosa (quem!? aquele tipo dos óculos escuros que faz campanha pela Elisa Ferreira? sim, esse mesmo) anunciou o fim dos Bandemónio...




[Pausa]




Os Bandemónio tiveram uma carreira. E ainda damos ouvidos ao Pedro Abrunhosa. Fantástico.





Coisa dois - E agora o vídeo do acidente nas filmagens do último filme de Nicolas Cage - uma metáfora mais do que perfeita para o que tem sido a carreira do actor nos últimos anos.


posted by P. @ 11:21 da manhã   2 comments
sexta-feira, maio 08, 2009
Grande Momento | Southland Tales
Southland Tales é o problemático filme de Richard Kelly (Donnie Darko) que, desde uma aparentemente desastrosa estreia em Cannes em 2006, ficou condenado a uma passagem inglória pelo circuito comercial, tendo sido ignorado por crítica e público. Em boa verdade, trata-se de um filme falhado, mas que no meio de todo o seu caos (e caos é o tema principal do filme), há ali momentos de rara beleza. Seguindo também a linha do meu gosto pessoal pelos longos planos, deixo-vos aqui com esta pequena pérola. Um filme com momentos destes nunca poderá ser verdadeiramente mau...

posted by Juom @ 12:43 da tarde   1 comments
segunda-feira, maio 04, 2009
Pushing Daisies | Temporadas 1 e 2


Os factos são estes: Pushing Daises teve a duração de duas temporadas, foi cancelada a meio da segunda mas tiveram a amabilidade de lhe darem um final digno. Ou qualquer coisa parecida.

Criada por Brian Fuller (produtor e argumentista da única boa temporada de Heroes, a primeira) Pushing Daises tem uma clara influência do filme O Fabuloso Destino de Amelie. O mundo de fantasia, envolto numa bem disposta palete de cores e sabores, com um humor tão doce que nem damos pelo seu sarcasmo.



Lee Pace é Ned, um desajeitado cozinheiro de tartes, com uma habilidade especial. Aos 9 anos, 27 semanas, 6 dias e 3 minutos de vida, descobriu-o pela primeira vez. Sempre que toca em algum ser morto, eles ressuscitam. Mas não é assim tão simples, se ele voltar alguma vez a tocar neles, voltam a morrer, desta vez para sempre. 60 segundos depois de Ned ressuscitar alguém outro ser vivo morre em seu lugar. Um poder amargo, como o nosso piemaker vai perceber ao longo da série.



Anna Friel é Chuck, o amor de infância de Ned, que o reencontra já adulta na pior das circunstâncias. Dentro de um caixão. Ned não resiste à possibilidade de salvar o amor da sua vida e volta a dar-lhe vida. Mas, como já se sabia, nunca se vão poder voltar a tocar, ou Chuck morrerá para sempre.

Desta premissa retirada de um conto de fadas, acompanhamos durante as duas temporadas, o amor platónico de Ned e Chuck, e as suas aventuras como detectives em part-time. E aí entram os personagens secundários: Emerson Cod, detective privado que usa o poder de Ned para descortinar homicídios; Olive Snook, empregada de balcão e apaixonada por Ned; Vivian e Lily Charles, tias de Chuck; e o sempre constante narrador da história que com uma simples frase nos capta de imediato a atenção: "The facts are these..."



É com cores garridas e um olhar positivo que Pushing Daisies encara a morte, na série (e da série). Ou qualquer outro assunto do nosso dia a dia. Carregado de humor, somos brindados com um inteligente ensaio sobre relações e responsabilidade. Como um qualquer filme da Disney, ou um musical da Broadway (Pushing Daises está algures no meio dos dois) é entretenimento para fazer sonhar, sempre com uma mensagem e uma moral enternecedora.

Sobre o final da série, fica um sabor doce-amargo. Contente por não ter sido cancelada e abandonada em qualquer episódio sem um desfecho para as personagens (e é assustador a quantidade de vezes que isso acontece com as séries americanas), mas, ao mesmo tempo, descontente por ter sido tudo às três pancadas. Nota-se a falta de tempo e de motivação para atar todas as pontas soltas, para resolver todos os mistérios. A ajuda do narrador também contribui para o final obrigatoriamente "a despachar"... De qualquer forma, Pushing Daisies conserva a sua marca, pela irreverência e esperança que deixa. Não deixem de dar uma vista de olhos.
posted by not_alone @ 4:39 da tarde   2 comments
Indie Lisboa 09 - Balanço
O Indie Lisboa vai-se sedimentando como o mais importante festival de cinema realizado em Lisboa, espaço único para o visionamento de obras menos acessíveis e para o acompanhamento das novas tendências ao nível do cinema independente. Bem organizado e dotado de uma estrutura cada vez mais sólida, proporciona ao espectador um sem número de escolhas. As minhas, este ano, foram as seguintes:

Competição internacional: "Breathless" (Yang Ik-June) e "Una semana solos" (Celina Murga).
Observatório: "La Belle Personne" (Christophe Honoré) e "Il Divo" (Paulo Sorrentino).
Cinema emergnte: "Kinogamma" (Siegfried).
Herói independente (Werner Herzog) - "Fitzcarraldo" e "Nosferatu, the vampyre".
Herói independente (Jaques Nolot) - "J'embrasse pas" (André Téchiné) e "Avant que j'oublie".
Indie Music - "Soul Power" (Jeffrey Levy-Hinte).

Não vi filmes portugueses, o que me deixou alguma pena, como também não tive a sorte de ver nenhum filme premiado, mas o tempo não pode dar para tudo e às vezes as escolhas têm que se fazer consoante os horários disponíveis.
Começando por "Breathless", é um filme de autor, no qual a violência e os recalcamentos que a mesma implica são abordados de uma forma pujante. Impressiona pelas imagens cruas e, a mim, causou-me uma intensa sensação de amor-ódio. Talvez não fosse o filme indicado para uma tarde amena, ou talvez a minha falta de gosto pelo cinema asiático influencie de forma determinante a forma como o avalio, pelo que, em relação a ele, não me estendo em comentários."Una Semana Solos" é um filme muito semelhante a outro que já vira há uns anos: "Temporada de Patos". Cinematicamente caracterizado por longos planos sequência em que se vão definindo personagens, conta a história de um grupo de crianças que ficam sozinhas num condomínio de luxo, durante a ausência dos pais. Entre brincadeiras e descobertas, vai-se abordando a transição da infância para a adolescência, entremeada pela questão da diferença de classes e do papel que, nessas fases, a mesma pode ter. Para mim peca por ter um argumento que, embora interessante, foi feito sem um rumo definido. Ainda assim, um olhar sobre o tão falado "novo cinema argentino", numa produção de Martin Scorsese.
Quanto ao último filme de Honoré, "La belle persone", diga-se que nem é tão mau como o anterior "Les chansons d'amour", nem está ao nível de "Dans Paris" ou "Ma Mère". Sendo certo que esta é e apenas poderá ser a minha opinião pessoal, acho-o próximo de "Dans Paris", tanto no que toca ao argumento, como relativamente à estrutura adoptada, embora, a meu ver, nada lhe acrescente. Em Honoré são interessantes as partes musicais (desde que não abusadas como aconteceu em "Les chansons d'amour") e neste filme podemos assistir a uma cena semelhante ao Avaint la haine de Dans Paris. É muito interessante a personagem interpretada por Léa Seydoux, uma actriz que brevemente se estreará nos ecrãs dirigida por Tarantino ou Ridley Scott. Foi o filme do qual mais gostei neste Indie 09 e penso que, não sendo uma obra prima, vale muito a pena.

"Il Divo" é uma espécie de biografia de Giulio Andreotti, antigo primeiro ministro italiano. Com um humor subtil e mordaz, dotado de uma brilhante montagem rápida e de visíveis cuidados de pós-produção, é um filme que põe a nú os evidentes problemas do sistema político italiano, focando especialmente as relações entre o mesmo e a máfia. No seguimento de Gomorra, mais um filme polémico que em muito mancha a história italiana. Muito bem realizado, recomenda-se a quem tenha interesse pelo tema e não só.

"Kinogamma" foi um filme que fui ver, só e apenas, porque durante os primeiros dias do festival esteve no primeiro lugar da votação do público. Acabou por não se manter nessa posição, o que, a acontecer, seria para mim um desastre. Cinema não narrativo, com algumas imagens belas, mas enfadonho por si só. Imaginem o que seria ver 146 minutos de filmagens sem um único diálogo? Por sorte, houve intervalo a meio, razão pela qual apenas assisti à primeira parte do filme. Talvez tenha acontecido um milagre, ou talvez não, muito embora, com toda a franqueza, não possa crer que tal tenha ocorrido... Mais uma vez, opinião muito pessoal, até porque por estes lados, não se apreciam por aí além experiências cinemáticas puras, isto é, desacompanhadas de uma história...
Sobre "Fitzcarraldo", dizer em primeiro lugar que há dois tipos de filmes em Herzog, "os que têm Kinski e os que não têm Kinski". Quanto aos primeiros, no qual se pode contar este "Fitzcarraldo", a sua aura torna-se sempre indissociável do filme, pela pujança que imprime às suas interpretações. Kinski é um louco, seja na tela ou fora dela, disso estou certo. Neste filme, encarna um louco "sui generis", que quer construir uma ópera na selva, disposto a, para isso, fazer um barco subir uma montanha! Na senda de "Aguirre", aquela que, para mim, é a obra prima de Herzog, mais um filme sobre a alienação e a cegueira que a mesma pode imprimir num indivíduo. Até onde vai a vontade quando a loucura não se esgota? Vejam o filme, certamente que nele encontrarão um esboço de resposta a esta pergunta.
"Nosferatu, the Vampyre" é uma versão muito pessoal da famosa história de Bram Stoker. Muito longe da versão de Copolla e muito mais próxima da de Murnau, não apresenta porém a riqueza da estética expressionista desta segunda, embora o tente. Devo dizer que não gostei do filme por aí além... Há bons planos, uma boa interpretação de Kinski (totalmente transfigurado), mas peca pelo argumento. Com efeito, de tanto querer fazer uma coisa diferente, Herzog acabou por não acrescentar nada ao que Murnau tinha feito. Pelo contrário, criou uma história partida, em que a segunda metade do filme parece ter sido feita à pressa, descurando pormenores narrativos que, a meu ver, teriam enriquecido o filme. Não é um remake, mas se o fosse talvez tivesse sido um melhor filme...
"J'embrasse pas" é um filme cujo argumento foi escrito por Jaques Nolot e reaproveitado pelo realizador dos brilhantes "Les roseaux sauvages", "Les égarés", "Les temps qui changent", entre outros. Sente-se no filme a cadência via de regra adstrita aos filmes de Téchiné, que é como quem diz, cinema francês típico, pausado quanto baste e capaz de, por planos, significar a alma das personagens. Como o próprio Nolot teve oportunidade de explicar antes do visionamento do filme, o seu argumento é autobiográfico. É a história de um jovem que chega à cidade e se apaixona por uma prostituta, a bela Emmanuelle Béart. É uma história em que um inocente perde a inocência para se tornar gigolô. Deixa algo a desejar o final do filme.
"Avant que j'oublie" é novamente um filme com aspectos biográficos de Nolot, cuja ideia principal se baseia na solidão da velhice e na leviandade com que o sexo é encarado, quase como forma de frivolamente estar, especialmente no que diz respeito aos homosexuais. Não me tocou por aí além, embora de um ponto de vista abstracto, consiga perceber o cerne do filme. O que fazer quando a nossa vida de jovens acabou e não conhecemos nenhuma outra? Uma experiência quiçá dolorosa para Nolot, ainda assim, um filme autoral, interessante para quem sinta o tema.

"Soul Power" é um documentário sobre música soul, sobre boxe, mas acima de tudo, sobre o movimento de libertação da raça negra. Em 1974 planeou-se um festival de música africana associado a um combate de boxe entre Muhammad Ali e George Foreman. Tal festival realizou-se no Zaire, embora não tenha sido possível realizar concominantemente o combate. Foram feitas filmagens na época, nas quais podemos ver concertos de James Brown, B.B. King ou Celia Cruz e "palestras" de Ali. O "Black Power" como base de parte da cultura ocidental contemporânea num documentário interessante montado em 2008 com fitas de 74. Vale a pena para qualquer amante da soul.
E assim se falou um pouco sobre o que se viu, não assisti a filmes que classifique de brilhantes, mas sabe sempre bem dar um pulo às salas...
posted by Ursdens @ 1:21 da manhã   1 comments
 

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